domingo, 27 de julho de 2025

Classe Albatroz

Quantidade: 6 (seis).
Utilizador: Armada Portuguesa.
Comissões: n/a.
Entrada ao serviço: 1974.
Abate ao efectivo: 2017.
 
 
 
DADOS TÉCNICOS
Pais de Origem: Arsenal do Alfeite (Portugal).
Tipo: Lancha de Fiscalização Rápida.
Guarnição: 
8 elementos (1 oficial, 1 sargento e 6 praças).
Motor: 
2x motores Cummins 50-M2, a gasóleo, com 1.100 hp de potência - 2 veio. 
Dimensões: 
comprimento 21,88 metros; boca 5,25 metros; calado 1,48 metros.
Deslocamento: (máximo) 51,66 
toneladas (padrão) 43,54 toneladas.
Possibilidades: velocidade (máxima/cruzeiro) 19,5/- nós.
Autonomia: 
2.500 milhas a 12 nós.
Armamento (interno): n/a.
Armamento (externo): 
1x peça Oerlikon de 20 mm (retirada em 1999); 2x metralhadoras de 12,7 mm.
Capacidade de carga: n/a.
Outros equipamentos: radar de aviso de superficie Decca RM 316P; radar de Navegação Furuno; aladador de redes com capacidade para 3.000kg
 
DESENVOLVIMENTO 

 
PERCURSO EM PORTUGAL 
A sua principal função é a fiscalização da pesca, inicialmente estes navios foram comandados por Oficiais Subalternos oriundos da Reserva Naval, mas a partir de finais de 91, passaram a ser comandados por Oficiais do Quadro Permanente formados na Escola Naval.
A dois de Abril de 1976, a "Albatroz" assistiu o Navio-Patrulha "Save" da classe "Cacine", que quando navegava em serviço de fiscalização a 2 milhas da Ponta de Sagres na costa algarvia, foi abalroado por um navio não identificado, que após a colisão afastou-se sem prestar assistência, no acidente pareceu um Sargento MQ e dois elementos da guarnição sofreram ferimentos ligeiros, o navio sofreu vários danos no tombadilho, superestrutura e um grande rombo na zona das máquinas, sendo-lhe soldado uma chapa de modo a permitir o navio navegar até ao Arsenal do Alfeite para reparação, após a colisão foi socorrido inicialmente por três  traineiras.
Sofreram uma reconversão em 1999, na qual a peça OERLIKON de 20mm/65 da proa foi substituída por um alador de redes para a fiscalização das artes caladas em situação presumivelmente infractora, o que lhes confere melhores características operacionais nesta sua função.
Em Dezembro de 2001, duas lanchas desta classe, a "Albatroz" e a "Açor", posteriormente "Oé-cusse" e "Ataúro", foram revistas, reequipadas, modernizadas e adequadas às características climatéricas de Timor-Leste, a fim de serem cedidas ao abrigo do acordo do levantamento da Componente Naval da Força de Defesa de Timor-Leste.
Em 2002, a "Águia" participou no exercício "INSTREX", integrada na força opositora. 
 
UNIDADES
NRP ALBATROZ (P1162) - o/c 1974 – wfu 2002 para Marinha de Timor-Leste (Portaria 1825/2001).
NRP ÀGUIA (P1165) - o/c 1975 – wfu 2016
NRP AÇOR (P1163) - o/c 1974 – wfu 2002 para Marinha de Timor-Leste (Portaria 1825/2001).
NRP CISNE (P1167) - o/c 1975 – wfu 2017
NRP ANDORINHA (P1164) - o/c 1974 – wfu 2005
NRP CONDOR (P1166) - o/c 1975 – wfu 1999 para UAM840.
 
MODELISMO
Não há modelo no mercado.
 

FONTE
COSTA, Adelino Rodrigues da - Dicionário de Navios - Edições Culturais da Marinha - 2006.

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Navios Reabastecedores de Esquadra

Quantidade: 2 (dois)
Utilizador: Armada Portuguesa.
Comissões: n/a.
Entrada ao serviço: 2028.
 

DADOS TÉCNICOS
País de Origem: Turquia (STM Defence International).
Guarnição: 50 + 50 elementos.
Deslocamento: 11.000 toneladas.
Dimensões: comprimento 137,06 metros; boca 19,10 metros; calado 6,70 metros; pontal x,xx metros.
Propulsão: hibrida (diesel e electrica).
Velocidade máxima: 18 nós (diesel); 6 nós (eleéctrica); 14 nós (cruzeiro).
Autonomia: 14.000 milhas a 14 nós.
Armamento: 2x CIWS; 2x torres de controlo remoto com metralhadoras pesadas de 12,7 mm; sistema de chaff e flares.
Sensores: .
Outros equipamentos: convés para pouso de helicóptero.
Capacidade de carga: 100 militares; 4.000 metros cubicos de combustivel naval; 350 metros cubicos de combustivel de aviação; 650 metros cubicos de água potável; 700 metros cúbicos carga geral; 6 contentores de 6 metros e 20 viaturas blindadas tacticas ligeiras.
 
DESENVOVIMENTO
Considerando o abate do NRP Bérrio, com efeitos a 31 de agosto de 2023, tendo sido a sua substituição identificada como um projeto estruturante em sede de revisão da Lei de Programação Militar para o ciclo 2023-2034, e tendo sido inscritas verbas que assegurem a recuperação da capacidade de reabastecimento no mar, impõe-se proceder à aquisição de dois novos navios reabastecedores de esquadra e logísticos, doravante designados de NRE+, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 2.º da Lei de Programação Militar, aprovada pela Lei Orgânica n.º 1/2023, de 17 de agosto.
Considerando que a aquisição de dois navios reabastecedores, no sentido de se dar continuidade ao programa de renovação da esquadra nacional, viabilizará o empenhamento da esquadra nos espaços marítimos sob soberania, jurisdição ou responsabilidade nacional para proporcionar sustentação logística e mobilidade estratégica a forças e unidades navais, sobretudo em termos de reabastecimento no mar, num quadro de atuação nacional ou internacional, bem como apoiar a projeção de forças de desembarque e respetivo equipamento e garantir a sua sustentação logística após o desembarque, assegurando uma capacidade de intervenção rápida e de permanência na zona de operações.
Compreendem a capacidade de realização de operações de reabastecimento a outros navios no mar ("Replenishment At Sea", RAS) e a capacidade de operação "Ro-Ro", designação curta para "Roll on - Roll off", que designa a tipologia de logística de transporte que permite que viaturas possam ser embarcadas e desembarcadas usando os seus próprios meios motrizes via rampa do próprio navio. Dotados de integração de sistemas de comando e controlo que lhes permitem comunicar, operar e coordenar no contexto de forças combinadas ou conjuntas, podem operar quer em contexto de operações anfíbias militares, quer de apoio humanitário, com capacidade, modular, de suportarem elementos e espaços de cuidados médico-hospitalares.
A STM ("Savunma Teknolojileri Mühendislik ve Ticaret A.Ş.", lit. "Tecnologias de Defesa Engenharia e Comércio S.A.") é uma empresa do Estado Turco, fundada em 1991, operando actualmente, e entre outras, nas áreas da construção naval militar, construção e integração de sistemas de comando e controlo, radar e tecnologias de comunicações. É tutelada pela SSB ("Savunma Sanayii Başkanlığı"), a Presidência das Indústrias de Defesa, liderada desde Junho de 2023 por Haluk Görgün, que a representou em Lisboa, e que reporta directamente ao Presidente da República da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan. 

PERCURSO EM PORTUGAL
Pelo despacho nº 2161/2024 de 27 de Fevereiro emanado pelo Ministério de Defesa Nacional que autoriza a Marinha a realizar a despesa com a aquisição de dois navios reabatecedores de esquadra e logisticos e delega no Chefe do Estado-Maior da Armada os poderes para a prática de todos os atos subsequentes, neste ambito, a Marinha Portuguesa vai realizar a despesa, até ao montante máximo de 100.000.000,00 (euro) (cem milhões de euros), a que acresce o IVA à taxa legal em vigor, referente à aquisição de dois navios reabatecedores de esquadra e logisticos, financiado através de verbas inscritas na Lei de Programação Militar, no Projeto de «Aquisição Novos Meios de Superficie», no âmbito da Capacidade «Oceanica de Superficie».
Foi assinado a 17 de Dezembro de 2024 na Casa da Balança, em Lisboa, Portugal, o contrato para a construção de dois Navios Reabastecedores de Esquadra e Logísticos (NRE+), a fornecer à Marinha Portuguesa, representada pelo Chefe de Estado Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo, pelos estaleiros turcos da STM Defence International, representados por Haluk Görgün. Trata-se da primeira exportação de construção naval militar da Turquia para um estado membro da União Europeia e da NATO.
Na sequência da concessão, pelo Tribunal de Contas, do visto ao contrato entre a Marinha e a empresa turca STM (SAVUNMA TEKNOLOJILERI MUHENDISLIK VE TIC A.S.), para a construção de dois Navios Reabastecedores de Esquadra com funções logísticas acrescidas, entrou ontem, 10 de abril de 2025, em vigência o referido contrato. Está previsto o início da construção do primeiro dos dois navios dentro de aproximadamente 8 meses (Agosto 2025) e do segundo em Março de 2026, com entrega em Fevereiro (NRE+ #1) e Outubro de 2028 (NRE+ #2). 
 
UNIDADES
A5211 - NRP ??????
A5212 - NRP ??????

MODELISMO
Não há modelos disponíveis no mercado. 

FONTE
Revista da Armada nº 593 - Janeiro de 2024.
Revista da Armada nº 604 - Março de 2025. 

domingo, 28 de abril de 2024

Navios de Patrulha Costeira

Quantidade: 8 (oito)
Utilizador: Armada Portuguesa.
Comissões: n/a.
Entrada ao serviço: .
 

DADOS TÉCNICOS
País de Origem: .
Guarnição: 13 elementos + 16 militares.
Deslocamento: 370 toneladas.
Dimensões: comprimento 44,50 metros; boca 13,80 metros; calado 2,5 metros; pontal 4,10 metros.
Propulsão: TIER III (diesel + electrica).
Velocidade máxima: 18 nós.
Autonomia: 1.500 milhas a xx nós.
Armamento: n/a.
Sensores: .
Outros equipamentos: 1x RHIB de 13 metros: 2x RHIB de 7 metros.
 
DESENVOVIMENTO 
Tendo em conta que as Lanchas de Fiscalização Rápida (LFR), da classe Argos, ultrapassaram o seu tempo de vida útil, tendo sido já iniciado o seu processo progressivo de paragem operacional, e que as LFR da classe Centauro, e as Lanchas de Fiscalização Costeira (LFC), da classe Tejo, se aproximam do seu final de vida, tornou-se necessário desenvolver e executar um plano que permita garantir a manutenção da disponibilidade das capacidades que estas classes de navios asseguram. Assim, foi antecipado o programa de aquisição de Navios de Patrulha Costeiros (NPC), de forma a garantir uma Capacidade de Patrulha Costeira credível, prevista no Sistema de Forças e cujo conceito esteja em linha com a Marinha do futuro. A futura classe de NPC será constituída por até oito navios.
Em termos operacionais, os NPC contribuirão para a capacidade de patrulha e fiscalização da Marinha. Neste âmbito, desempenharão missões de patrulha, vigilância e fiscalização dos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional, incluindo abordagem com recurso a forças de operações especiais e neutralização de pequenas embarcações hostis, assim como busca e salvamento marítimo nas áreas marítimas sob responsabilidade nacional, proteção dos recursos naturais, combate à migração irregular e ao tráfico de droga, controlo de fronteiras, apoio logístico de pequena escala, apoio a operações de mergulho e missões de presença naval.
Para executar as suas missões e tarefas de forma mais eficiente, os NPC, recorrerão a VEículos Não Tripulados (VENT), Aéreos, de Superfície e de Subsuperfície.
Devido ao tipo de casco, trimaran, e à sua configuração assimétrica com uma superestrutura em ilha lateral, o navio dispõe de um amplo convés de voo e de uma pista para operação de VENT Aéreos capaz de suportar a aterragem e lançamento de VENT Aéreos até classe I de asa rotativa e de asa fixa (Vertical Take-Off and Landing – VTOL e Short Take-Off and Landing – STOL) com peso máximo à descolagem/aterragem de 150 kg.
Está dotado de um hangar para os VENT Aéreos, onde será possível fazer toda a montagem, preparação e manutenção dos mesmos. O convés de voo terá também capacidade para realizar operações de reabastecimento vertical (VERTREP) com helicópteros.
 
PERCURSO EM PORTUGAL
Pelo despacho nº 2195/2024 de 28 de Fevereiro emanado pelo Ministério de Defesa Nacional que autoriza a Marinha a realizar a despesa com a aquisição de um navio de patrulha costeiro e delega no Chefe do Estado-Maior da Armada os poderes para a prática de todos os atos subsequentes, neste ambito, a Marinha Portuguesa vai realizar a despesa, até ao montante máximo de 7 829 000,00 (euro) (sete milhões, oitocentos e vinte e nove mil euros), a que acresce o IVA à taxa legal em vigor, referente à aquisição de um navio de patrulha costeiro, financiado através de verbas inscritas na Lei de Programação Militar, no Projeto de «Aquisição Novos Meios Patrulha e Fiscalização», no âmbito da Capacidade «Patrulha e Fiscalização».
 
UNIDADES
P??? - NRP ??????
P??? - NRP ??????
P??? - NRP ??????
P??? - NRP ??????
P??? - NRP ??????
P??? - NRP ??????
 
MODELISMO
Não há modelos disponíveis no mercado. 

FONTE
Revista da Armada nº 593 - Janeiro de 2024.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Novos Navios de Patrulha Oceanica

Quantidade: 6 (seis)
Utilizador: Armada Portuguesa.
Comissões: n/a.
Entrada ao serviço: .
 

DADOS TÉCNICOS
País de Origem: West Sea (Portugal).
Guarnição: .
Deslocamento: 1.875 toneladas.
Dimensões: comprimento 83,10 metros; boca 12,95 metros; calado 4,5 metros; pontal x,xx metros.
Propulsão: .
Velocidade máxima: .
Autonomia: x.xxx milhas a xx nós.
Armamento: n/a.
Sensores: .
Outros equipamentos: .
 
DESENVOVIMENTO 
O programa de construção dos Navios de Patrulha Oceânicos da 3.ª série (NPO3S) vem dar seguimento à renovação dos meios atribuídos à Capacidade de Patrulha e Fiscalização, con-
cretizado pelo aumento ao efetivo dos NRP Viana do Castelo e NRP Figueira da Foz em 2011 e 2013, complementado com os NRP Sines e NRP Setúbal em 2018.
O Programa NPO3S é uma prioridade para o interesse nacional, afirmada na Lei de Programação Militar, que veio incluir nas suas dotações as verbas necessárias para proceder à retoma deste Programa, visando a construção de seis novos NPO (3.ª série) para completar os 10 navios previstos nesta Capacidade.
Complementarmente às missões e tarefas atualmente atribuídas aos navios de patrulha oceânicos das 1.ª e 2.ª séries (NPO1S e NPO2S), de natureza não-militar, designadamente, a busca e salvamento marítimo, a fiscalização da pesca, ou o combate a atividades ilegais (narcotráfico, imigração ilegal, tráfico de pessoas ou de armas), pretende-se que os navios possuam uma elevada flexibilidade de emprego em atividades de natureza militar, como sejam, a vigilância submarina e o apoio a operações especiais, a guerra de minas, suportado na melhoria dos sistemas de Comando e Controlo, Vigilância e Comunicações Militares, assim como na Capacidade de Defesa Própria, com recurso a sistemas orgânicos e contentorizados.
 
PERCURSO EM PORTUGAL
Na sequência da tramitação do Procedimento por Negociação com publicação de anúncio de concurso N.º 1/MDN-DGDRN/2023, cuja abertura foi determinada pelo despacho do Diretor geral de Recursos da Defesa Nacional, de 16 de Maio de 2023, no âmbito das competências delegadas pela Ministra da Defesa Nacional, através do Despacho n.º 4977/2023, publicado no Diário da República, 2ª série, n.º 82, de 27 de Abril de 2023, que também autorizou a inerente despesa, tendo em vista a celebração de um contrato de aquisição de seis Navios Patrulha Oceânicos, doravante designados “NPO”, foi adjudicada a proposta final apresentada pela West Sea, através do Despacho de 11 de dezembro de 2023 do Diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional,exarado sobre a Informação n.º1675-GCP/2023.
No âmbito do contrato para a construção de seis navios patrulha oceânicos (NPO) da 3.ª Série, realizou-se hoje, dia 31 de março, nos estaleiros West Sea, em Viana do Castelo, a cerimónia do corte da primeira peça, que marca o início da construção do primeiro navio.
A cerimónia, presidida pelo Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, contou com a presença do Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, Vice-almirante Aníbal Soares Ribeiro, do Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, do Chairman do Grupo Martifer, Carlos Martins, entre outras entidades.
Os novos navios da Marinha vão ter uma elevada flexibilidade de emprego em atividades de natureza militar, como a guerra de minas, a projeção de força, a vigilância submarina e o apoio a operações especiais, suportado na melhoria dos sistemas de comando e controlo, vigilância e comunicações militares, assim como na capacidade de defesa própria.
Também serão empenhados em missões e tarefas de natureza não militar, nomeadamente a busca e salvamento marítimo, a fiscalização da pesca, ou o apoio ao combate a atividades ilegais.
O Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, destaca que os 6 navios "projetados e construídos em Portugal, representam um marco importante na renovação da esquadra da Armada.".
Os novos navios vão ter mais capacidades, poderão ser empregues num espetro mais alargado de missões e tarefas, e estarão mais preparados para os desafios futuros, com a adaptabilidade necessária para incorporar novas capacidades ao longo do respetivo ciclo de vida.
Irão integrar a frota da Marinha entre 2027 e 2030. 

UNIDADES
P??? - NRP ????????
P??? - NRP ????????
P??? - NRP ????????
P??? - NRP ????????
P??? - NRP ????????
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MODELISMO
Não há modelos disponíveis no mercado. 

FONTE
Revista da Armada nº 593 - Janeiro de 2024.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Plataforma naval multifuncional - NRP D. João II

Quantidade: 1 (um)
Utilizador: Armada Portuguesa.
Comissões: n/a.
Entrada ao serviço: 2026 (previsão).
 
 
DADOS TÉCNICOS
País de Origem: Holanda (Damen Shipyards).
Guarnição: 48 + 42 + 100.
Deslocamento: 7.000 toneladas.
Dimensões: comprimento 107,60 metros; boca 20,00 metros; calado 5,50 metros.
Propulsão: 2x TIER III.
Velocidade máxima: 15 nós (22 km/h).
Autonomia: x.xxx milhas a 10 nós.
Armamento: n/a.
Sensores: 1x radar de navegação.
Outros equipamentos: pista e convés de vôo.
 
DESENVOVIMENTO
Este Navio/Plataforma Multipropósito (N-PM) terá um comprimento total, entre perpendiculares, de 100 metros, uma boca máxima (ao nível do convés de voo) de 20 metros e um calado máximo de 7,5 metros. Seguirá os padrões STANAG 4154 (Ed 3) e terá capacidade de manter a operacionalidade de arriar e içar embarcações em estado de mar 5 na Escala de Douglas. A sua guarnição será composta por 1 comandante, 7 oficiais, 8 sargentos e 29 praças, num total de 45 elementos. Tem alojamento dimensionado até 28 oficiais, 30 sargentos e 32 praças, num total de 90 elementos (além do comandante). Estará dimensionado para uma autonomia de 45 dias a uma velocidade de cruzeiro de 10 nós.
O N-PM deverá compreender um conjunto de facilidades de aviação incluindo, entre outros, convés de voo (uma pista com "ski jump", um "spot" para operação de um helicóptero, com sistema de iluminação, GPI, etc), hangar para um helicóptero (com suporte para as estações hidráulicas de manutenção, ponte rolante, iluminação técnica, etc) e hangar para aeronaves não tripuladas. Em termos de helicóptero orgânico deverá suportar as aeronaves Lynx MK95A e NH90 (quer em "spot", quer em hangar) e EH101 ("spot"). O convés de voo deverá permitir a operação de diferentes tipologias de aeronaves não tripuladas, vulgo "drones" (Ogassa OGS42, Tekever AR3, etc), bem como todo o suporte requerido para operações de re-abastecimento vertical (VERTREP).
No âmbito de embarcações semi-rígidas, o N-PM possuirá 3 embarcações: uma embarcação com
certificação SOLAS ("Safety of Life at Sea") para operação como "Fast
Rescue Boat", com um potência não inferior a 250 hp; e duas embarcações de abordagem não cooperativa, com capacidade para 8 militares equipados, com uma velocidade máxima de 35 nós ou superior e uma autonomia mínima de 60 milhas náuticas, para missões de fiscalização, policiamento, combate ao narcotráfico, assalto e de apoio a uma pequena força embarcada.
Seguido as boas práticas e recomendações de instalação e operação da "Alliance of European Research Fleets" (EUROFLEET), em termos de sistemas de apoio à investigação científica, o N-PM será desenhado para poder operar VEículos Não Tripulados (VENT) de subsuperfície e veículos operados remotamente – "Remotely Operated Vehicle" (ROV). Possuirá um patilhão de sensores ("drop keel") para instalação de sensores científicos e acústicos; um sistema CTD "Rosette" de grande volume (para recolha de amostras de água em profundidade, com sonda com capacidade de operação até 6 000 m); um sistema MVP, "Moving Vessel Profiler", com capacidade de operação até 700 metros de profundidade com o navio a navegar a 8 nós; um "Acoustic Doppler Current Profiler" (ADCP); um "Global Acoustic Positioning System" (GAPS), com capacidade de operação até 4 000 metros de profundidade. Além destes sistemas orgânicos, o N-PM possuirá capacidade e integração para vários outros sistemas não orgânicos (Corer de Pistão - Calipso, Vibrocorer, Box Corer, Multi Corer, etc) bem como de todos os guinchos de operação e suporte aos mesmos.
Sob uma arquitectura integrada de sistemas de comando e controlo, de gestão da plataforma, e de processamento e gestão digital de informações, este N-PM contará com um conjunto de sistemas de navegação (IBS, DDU, TACAN, GPS Seguro, etc), com sistemas de vigilância de radares de navegação, radar de aviso combinado (capacidade de ARPA, "Automatic Radar Plotting Aid" e certificação IMO; ECM e Anti-Jamming) e sistemas de identificação IFF/W-AIS, bem como sistemas de vigilância submarina (batitermógrafo; suporte para sonda XBT/XSV em uso na Marinha (XBT4, XBT5, XBT7 e MK-8 XBT/XSV) ou sondas do tipo CTD). Em termos de comunicações externas contará, entre outros, com sistemas de comunicação por satélite SATCOM e MILSATCOM, GMDSS, telefone submarino, SART, EPIRB e ICCS.
Em termos de armamento, o N-PM estará equipado, no mínimo, com 4 suportes para metralhadora pesada Browning M2 de 12,7 mm, com limitador de campo de tiro e respectivos acessórios, e base de assentamento, com protecção balística para peça Browning e respectivo operador; e com 2 peças de salva Hotchkiss. O N-PM estará equipado com paióis e armeiros aptos a armazenar diverso armamento portátil, munições, material pirotécnico e material de demolição e respectivos detonadores.
 
PERCURSO EM PORTUGAL
Foi lançado a 20 de Junho de 2022, pela Marinha Portuguesa, um concurso limitado por prévia qualificação simplificado, via procedimento n.º 7861/2022 (in DR n.º 120, 23 de Junho de 2022), para aquisição do projecto e construção de um Navio/Plataforma Multipropósito (N-PM), com um prazo de execução até 3 anos (com entrega até Dezembro de 2025), por um preço base de 94,5 milhões de Euros.
Em 24 de novembro de 2023 decorreu no Pavilhão da Galeotas no Museu de Marinha em Lisboa a assinatura do contrato, cerimónia que foi presidida por sua excelência o Primeiro -Ministro Dr. António Costa e onde foi revelado o nome do futuro navio D. João II. Posteriormente o contrato foi enviado para o Tribunal de Contas para obtenção do visto prévio, sem o qual não se pode dar início à execução do contrato.
Obtido o visto prévio do Tribunal de Contas em 5 de janeiro
de 2024, avançou-se para a elaboração do projeto básico e posteriormente detalhado com vista ao rápido início dos trabalhos de construção, que se prevê ter início em meados do corrente ano. O planeamento do estaleiro está limitado e alinhado com o planeamento de execução do PRR e este não permite escorregamentos, pelo que é exponenciado o desafio para a construção, em tempo e dentro da verba disponível, de uma Plataforma Naval Multifuncional, Inovadora, Disruptiva e Verde.
Deverá integrar a frota da Marinha no segundo semestre de 2026.
 
MODELISMO
Não há modelos disponíveis no mercado. 

FONTE
Revista da Armada nº 592 - Fevereiro de 2024 - página 4 a 13.
 

sábado, 24 de junho de 2023

Lorcha Macau

 

A embarcação era uma réplica de barcos que desapareceram com a divulgação do vapor. Tinha 26,5 metros de comprimento, 6,5 de boca máxima, 2,5 metros de calado, três mastros e um deslocamento de 190 toneladas, tendo o seu custo rondado os seis milhões de patacas.
No passado, as lorchas assumiam-se como navios de comércio sendo ocasionalmente utilizados aquando de conflitos regionais. Combinando um casco de traçado ocidental com um leve velame de concepção oriental tornaram-se famosas pela sua rapidez e manobrabilidade. As primeiras referências a lorchas surgem no século XVII e são assinaladas por Fernão Mendes Pinto na “Peregrinação”. Estas embarcações tiveram um importante papel na Ásia, não só ao nível comercial mas também na luta contra os piratas, em apoio de frotas imperiais da China e na vigilância e segurança das rotas marítimas regionais desde a Malásia até ao Japão.
Neste contexto histórico, o capitão-tenente José Maria Cortes, nomeado em Março de 1986 para dirigir as Oficinas Navais conta que em Janeiro de 1987 após na África do Sul ter sido feita uma réplica da caravela “Bartolomeu Dias” “começou a falar-se em Macau no âmbito dos Serviços de Marinha e da Direcção dos Serviços de Turismo em construir” uma embarcação que assinalasse a presença de Portugal em Macau e traduzisse de algum modo o panorama naval chinês que havia em Macau”.
Em entrevista publicada em 2010 no blog da Armada Portuguesa José Maria Cortes explica que dos vários estudos então feitos percebeu-se que “as lorchas embora já em desuso nas águas do Sul da China tinham tido uma presença assinalável nos séculos anteriores e eram navios que tinham cascos baseados nas caravelas portuguesas e um aparelho vélico chinês”.
“Havia assim uma mistura que juntava Portugal e a China”, o que fez avançar o projecto, e com o entusiasmo dos oficiais navais em serviço no Território, em especial os comandantes Martins Soares, Sá Leal e José Cortes em 1988, por decisão da Administração portuguesa de Macau, as Oficinas Navais lançaram mãos à obra.
Conta o então director da TRIBUNA DE MACAU que “terminada no tempo do Governador Carlos Melancia, começou a viagem inaugural, com Sá Leal como comandante, a 9 de Julho de 1990, rumando à ilha japonesa de Kyushu e à cidade de Omura, para participar nas comemorações dos 400 anos da viagem de quatro samurais à Europa, levados por jesuítas portuguesas. Em Tanegashima, o seu pessoal participou no anual Festival da Espingarda e numa cerimónia no Cabo Kodura, local onde Fernão Mendes Pinto terá pisado pela primeira vez solo japonês. No Japão, foi ainda festivamente recebida em Kagoshima e Nagasaki, ambas cidades-portos com relacionamento histórico com os portugueses.”
Nos anos seguintes, efectuou viagens simbólicas à China, Coreia, Índia, Sri Lanka, Tailândia, Malásia e Singapura, sendo sempre muito visitada, ao mesmo tempo que propagou o nome de Macau nesses países.
Nos finais de 1997 ou inícios de 1998, seguiu para Hong Kong onde foi içada para um barco que a transportou a Lisboa para tomar parte na Expo 98, tendo sido um enorme sucesso. Na altura, a embarcação, tinha uma tripulação de 13 homens, e era comandada por António Carlos V. Rocha Carrilho, que este ano era vice-almirante.
Os problemas começaram a aparecer no final da Expo, porque o transporte de regresso era caro e 1999 aproximava-se. Acabou por ficar em Portugal, a cargo da Marinha, que a 28 de Setembro de 1998, a abateu ao efectivo, por despacho do Almirante CEMA e entregue a título gratuito à APORVELA, que tem por objectivo estatutário “promover a ligação das pessoas ao Mar, mantendo viva a tradição do património marítimo português”.
Em 2012, a Lorcha Macau voltou aos “media”, porque as instituições portuguesas que a aceitaram gratuita, e voluntariamente, não impediram a sua degradação e a RAEM não revelou interesse em que voltasse para Macau. Foi então cedida à Fundação Oriente, ao que parece gratuitamente, com a obrigação de proceder à sua recuperação e manutenção, mas logo em 2015 um relatório técnico reconheceu que que a recuperação é impossível” e acabaria por declarar a Lorcha Macau como “sucata”.
Agora é definitivo: a Lorcha “Macau” passa à história…
 


 

Classe Albatroz

Quantidade:  6 (seis). Utilizador: Armada Portuguesa. Comissões: n/a. Entrada ao serviço:  1974. Abate ao efectivo: 2017.       DADOS ...